Anticorpos estão sendo criados para combater doenças de novas maneiras

O conhecimento mais profundo do sistema imunológico humano permite o desenvolvimento de novos medicamentos contra o câncer e os vírus.

Ilustração de um homem andando de caiaque em um corpo de água cheio de organismos e cobiça

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Por volta de meados de 2022, veremos uma série de avanços significativos no sistema imunológico do corpo para combater doenças. A pandemia já levou ao desenvolvimento de novos tipos de vacinas, como as baseadas em mRNA, e a sua utilização será alargada no próximo ano para proteger contra outros agentes patogénicos. Mas veremos outras maneiras de usar o sistema imunológico para combater doenças.

Um deles serão novos tipos de medicamentos baseados em anticorpos. Os anticorpos são produzidos pelo corpo em resposta à infecção, e já descobrimos como usar anticorpos criados artificialmente para marcar células cancerígenas para destruição. Também podemos tornar as células imunológicas do corpo mais responsivas ao câncer ou reduzir a atividade imunológica que causa problemas na artrite reumatóide. Na verdade, os anticorpos já são a base de sete dos dez medicamentos mais rentáveis ​​do mundo.

Esses anticorpos são usados ​​de uma forma que aproveita sua capacidade natural de se fixar em alvos específicos. O design dos próprios anticorpos permaneceu relativamente intocado. Em 2022 tudo vai mudar.

Agora, recorrendo à engenharia genética, ou separando e recombinando quimicamente partes de uma proteína, temos ferramentas que podem alterar a estrutura básica de um anticorpo. Isto nos permitirá criar todos os tipos de medicamentos baseados em anticorpos. Por exemplo, seremos capazes de produzir anticorpos que possam reconhecer e ligar-se a três alvos distintos ao mesmo tempo – uma célula cancerígena, uma proteína receptora que ativa as células do sistema imunológico e outra proteína da célula do sistema imunológico que aumenta a resposta. Já está sendo desenvolvido um anticorpo que pode se fixar em três partes diferentes da camada externa de um vírus, como o HIV. Isso tornará mais difícil para o vírus sofrer mutação e escapar da exposição.

Outro tipo de medicamento de base imunológica que se difundirá em 2022 é a terapia com células T CAR. Nesse caso, as células T são retiradas do sangue do paciente e submetidas à manipulação genética, com a qual são dotadas de um novo receptor direcionado contra o câncer do paciente. As células T modificadas são então injetadas no sangue do paciente e agora espera-se que sejam capazes de destruir suas células cancerígenas. Este tipo de terapia já está sendo usado até certo ponto: algumas crianças e adultos jovens com leucemia linfoblástica aguda de células B foram tratados com terapia com células T CAR, que produziu resultados dramáticos, mas também causou efeitos colaterais indesejados e recaídas em alguns pacientes. Durante o próximo ano, este tipo de terapia irá expandir-se para incluir diferentes tipos de células imunitárias, diferentes versões de receptores, e assim por diante. Por exemplo, as células CAR T podem ser projetadas para destruir um subconjunto problemático de células imunológicas do próprio corpo que causam doenças autoimunes.

Um estudo mais aprofundado do sistema imunológico também nos permitirá desenvolver novas ferramentas de diagnóstico. A inteligência artificial já nos dá a capacidade de realizar análises aprofundadas e sem precedentes das células imunitárias. Também nos ajuda a correlacionar os seus parâmetros, por exemplo, com a gravidade dos sintomas da infecção por coronavírus. No próximo ano, seremos capazes de procurar assinaturas imunitárias que se correlacionem com casos graves de Covid-19 e outras doenças, e seremos capazes de prever a trajetória da doença e ajustar os tratamentos em conformidade. Em 2022 e mais além, o nosso crescente conhecimento do sistema imunitário levará a novos medicamentos e novas abordagens à medicina.

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